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quarta-feira, 11 de junho de 2014

Luiza Bezerra: Orgulho de ser brasileira

Faltam algumas horas pra abertura da Copa do Mundo. Um dos maiores eventos mundiais. E, dessa vez, ele será na nossa casa! No Brasil: o país do futebol. A ansiedade começa a bater. A expectativa é grande. Mas, ao menos pra mim, não foi sempre desse jeito. Apesar de jogar futebol desde pequena e ser apaixonada por este esporte, o Brasil não me empolgava tanto quanto o meu time, o Inter. E isso aqui pelo sul é bem comum. Temos essa cultura separatista, e alguns continuam achando que são superiores ao resto do Brasil. Não sabem de nada, inocentes!

Minha paixão pelo Brasil e sua diversidade infinita foi à primeira vista. Na minha primeira Bienal da UNE, em 2009, na cidade de Salvador. Havia conhecido a UJS em 2008 e o pessoal me convidou a participar de um evento estudantil e cultural, que aconteceria em janeiro. Adorei de cara. Não conhecia muita coisa fora da República Rio-Grandense. Fomos de ônibus. A viagem demorou 3 dias e meio. Mas chegando lá achei tudo incrível e todas as dificuldades de infra-estrutura eram superadas pelo meu encantamento: gente de todo canto, um sotaque mais esquisito que o outro e muita cultura. Além disso, a UJS (Da Unidade Vai Nascer a Novidade) falava de questões nacionais: os desafios da ampliação do acesso à universidade e a necessidade de termos mais investimento em educação. Já em 2009, lembro da bandeira dos 10% do PIB pra educação.

Conhecer toda aquela gente, tão diferente, mas que compartilhava de dificuldades tão semelhantes, me fez me apaixonar pelo meu país. Saí do meu pequeno mundo da UFRGS e passei a pensar em como solucionar os problemas do Brasil. A ver as coisas de uma forma mais otimista, a forma que a UJS acabava de mostrar: com alegria, irreverência, mas com muita garra e propostas concretas. Sempre desconfiei do povo “do contra”, daqueles que acham que nada presta no Brasil. Ao conhecer a UJS posso dizer que de fato comecei a conhecer o Brasil. Me tornei mais brasileira.

Poderiam questionar: “mas como ter orgulho de um país com tantos problemas? Como aceitar a realização da Copa se temos tantas outras questões a resolver?”. E respondo: como não ter orgulho dessa gente batalhadora, guerreira, que ao mesmo tempo é criativa e acolhedora?! Um país, que além de lindo, é abundante em matérias-primas e recursos energéticos. Que tem tudo pra dar certo, e ele vai dar certo. A Copa não criou os problemas que aí estão apenas os evidenciou. Remoções, violência policial, transporte público de má qualidade, entre outras coisas eram e continuam sendo desafios a serem superados. Por outro lado, é preciso enxergar a grande oportunidade que teremos com o mundial! Além do fator financeiro e do dinheiro injetado pelos turistas, há a divulgação cultural do país que não temos como calcular. Sem falar nas obras de infraestrutura que ficarão para a população depois do evento: aeroportos modernos, estádios confortáveis, obras de mobilidade urbana. E lembra dos 10% do PIB pra educação que debati pela primeira vez em 2009? Ele foi incluído esse ano, um pouco antes da Copa, no Plano Nacional de Educação. Um golaço dos brasileiros e brasileiras!

Por isso, discurso pessimista nenhum vai tirar a alegria de torcer pelo meu país! Dentro e fora de campo continuaremos fazendo bonito. Sigamos marcando gols: rumo ao hexa e a um Brasil de todos e todas.

*Luiza Bezerra é integrante do coletivo de jovens trabalhadores da UJS/RS e membro da direção estadual da entidade.

segunda-feira, 9 de junho de 2014

Vamos com tudo, Brasil!


Agora não restam dúvidas: vai ter Copa! E como nós, a turma dos otimistas, já dizíamos, o Brasil está pronto para receber o evento mais importante do futebol mundial. Milhões de olhares ficarão nervosos a cada vez que a bola entrar dentro da nossa pequena área, milhões de vozes gritarão a cada gol que a Seleção fizer, a cada passo mais perto que ficarmos de ser Hexa. Não é simplesmente por podermos ganhar dentro de campo, mas porque estamos vencendo fora deles também e vamos mostrar ao mundo o Padrão Brasil que nos faz cantar e gritar. 

Dentro de campo a Seleção vem comprovando que está motivada. Felipão é o cara que faz o Brasil se ver no espelho: todos nós, brasileiros que somos também um pouco técnicos, que sabemos exatamente quais jogadores devem jogar, qual tática deve ser abordada e temos palpite de quem são nossos maiores adversários, sabemos que Luís Felipe Scolari é quem nos representa dentro desta Copa. Juntando a isso, aquela molecada que tem a bola no pé, nos dá a confiança do grito de campeão. 

Mas fora de campo a festa também vai acontecer, e quem vai protagonizar não são aqueles que pensam que está tudo errado no Brasil e procuram qualquer oportunidade pra fugir pra Miami. Quem vai fazer a festa são aqueles que se preocuparam quando nos disseram que os estádios não estariam prontos. Que ouviram a previsão pessimista de que nossos aeroportos não dariam conta. Que, em determinado momento, concordaram que a Copa era um gasto desnecessário, mas perceberam o retorno que já está entrando no país através de geração de empregos, dos turistas e das obras de infraestrutura. 

Enfim, a festa vai ser grande e quem estará na rua comemorando, serão os meninos da periferia que sonham em ser jogadores de futebol, as mulheres que foram empoderadas, a juventude que está estudando através do ProUni, da reserva de vagas e dos financiamentos, os negros que pela primeira vez têm a oportunidade de entrar na universidade. Vai ter Copa, vai ter muita festa e o time que sempre torceu a favor do Brasil vai invadir as ruas cantando por uma país melhor, que já estamos construindo. 

Por Tiago Morbach, presidente da UJS/RS

segunda-feira, 2 de junho de 2014

Manuela: Vida longa ao ProUni


Caminhar pelas ruas logo após a divulgação dos resultados do vestibular sempre mexeu comigo. Ver aquelas faixas orgulhosas de parabéns aos aprovados é a marca do início de uma série de mudanças na vida do estudante e de suas famílias. Graças ao Prouni, que completa dez anos em 2014, milhares de jovens em todo país que não teriam condições de frequentar uma faculdade estão lá, estudando e ajudando a construir as transformações sociais de que tanto precisamos. A educação brasileira tem enfrentado muitos desafios e já consolidamos mudanças decisivas no acesso à educação superior, embora ainda tenhamos muito que avançar.
Nesses dez anos, muitas coisas mudaram. A universidade não é mais um espaço de poucos privilegiados e o próprio vestibular está dando lugar às provas do Enem. Alcançamos significativos avanços. Desde que o Prouni foi implementado, 396.050 mil bolsistas se formaram no ensino superior. Nesse mesmo período, o acesso à universidade chegou para 1,27 milhão de estudantes em todo o Brasil, segundo dados do governo federal. Os países mais avançados, não por acaso, são os que mantêm mais tempo os seus jovens na escola e nas universidades. Fazer isso no Brasil significa não só manter o estudante dentro do espaço físico das escolas, mas, também, construir um conjunto de incentivos e facilitadores para que o estudante conclua todo o ciclo de estudos. Este continua sendo um dos nossos grandes desafios.
Implementar a assistência estudantil com o intuito de combater a evasão deve ser uma das principais metas. Mesmo para os que possuem bolsas integrais, essa ajuda pode ser determinante para conclusão dos estudos. Os dez anos do Prouni devem ser comemorados, mas é preciso incluir outras necessidades dos estudantes. O aluno pode ter bolsa para estudar Medicina, mas como pagar uma extensa lista de livros que custam R$ 200, R$ 300 cada? Um bom projeto que apoiamos e que auxilia neste sentido é uma proposição do deputado Gustavo Petta (PCdoB-SP) que estende a bolsa permanência a todos os estudantes com bolsa integral do Prouni. O estudante que tem bolsa integral e frequenta turno parcial também terá direito ao benefício para o auxílio com despesas de transporte, de material acadêmico e de alimentação.
As transformações acontecem pela educação. Temos que apostar na escola boa, estruturada, antenada e atraente aos jovens. O caminho para termos uma escola de ensino médio mais próxima do estudante, do mundo e do mundo do trabalho é longo. Mas são grandes os passos dados até aqui. Tenho orgulho de ter defendido o Prouni quando fui da UNE e ter visto, como deputada, esse projeto transformando vidas.

Por Manuela d'Ávila

sexta-feira, 2 de maio de 2014

Manuela: Democracia na rede: um marco para nação




Confira na íntegra o artigo da deputada Manuela d'Ávila publicada originalmente no Sul21:
Conforme o Ibope, no ano passado, o Brasil atingiu a marca de R$105 milhões de internautas. A sanção do Marco Civil da Internet significa a regulação responsável por assegurar as liberdades civis e seus princípios na rede: privacidade, neutralidade e a preservação de direitos constitucionais.  Sem esses princípios, não há democracia. Ou seja, a aprovação do Marco Civil é uma grande conquista.
Em relação aos dois últimos anos, o número de pessoas com acesso à internet em casa passou de 57,9 milhões, em 2011, para 76,6 milhões, em 2013, aumento de 32%. Mediante esta crescente, estava mais do que na hora de termos regras específicas para rede. Depois de meses de discussões em torno dos pontos que constituíam o projeto, foi aprovado o que realmente importa na vida do usuário. O texto defende a segurança de dados dos internautas e vai além: a rede não será mais um território sem lei. Os que escrevem comentários preconceituosos ou ofensivos estarão sujeitos às mesmas regras cíveis e penais do sujeito que difama no mundo real. O internauta deixa de ser protegido pelo anonimato da rede.
Tão importante quanto todas as regulações que o Marco Civil traz , amplamente exploradas pela mídia, estão as discussões que vieram a tona em função da matéria, como questões ligadas à espionagem de países estrangeiros e transparência. As pessoas começaram a pensar de que forma a internet pode promover direitos humanos. Ou mesmo como promover melhor governança na internet para que governo, entidades civis e técnicos participem de decisões mais transparentes e igualitárias. Informada do que realmente se trata o Marco Civil (que nada tem a ver com censura em relação a navegação na rede), a sociedade terá o que o especialista em direito digital Ronaldo Lemos bem definiu como um instrumento coletivo, em que todos os brasileiros e autoridades vão se basear para assegurar o direito de manifestação online.
O Marco Civil entrará em vigor nos próximos dias para garantir o tratamento isonômico dos usuários, e uma internet aberta para troca, criação e inovação, assegurando o direito de todos se manifestarem e usarem a rede como quiserem, desde que respeitada a legislação do País. É uma vitória ver aprovado este projeto com as garantias que batalhamos para que fossem inseridas durante sua elaboração, na comissão especial criada para produzi-lo. Com uma legislação pioneira, o Brasil desponta como modelo na questão para outros países. Buscamos estar na vanguarda do mundo em diversos aspectos. Neste, conseguimos!
Manuela D´Ávila é deputada federal pelo PCdoB-RS

segunda-feira, 28 de abril de 2014

Direção Estadual indica Tiago Morbach para a presidência da UJS


Em reunião realizada no último domingo, 27, em Porto Alegre, a direção estadual da União da Juventude Socialista (UJS) do Rio Grande do Sul, debateu as teses do 17º Congresso da entidade e indicou o nome do estudante de jornalismo, Tiago Morbach para a presidência da organização.

Segundo Tiago, a reunião aprovou resoluções importantes, como a realização de campanha pela criação da Universidade Federal dos Vales e a expansão da UFRGS para a Serra Gaúcha, assim como a criação de uma comissão de acompanhamento às obras realizadas nas escolas públicas estaduais. Tiago também afirmou estar preparado para o desafio de presidir a UJS: "o desafio desta tarefa é imenso, mas ela é compartilhada com milhares de pessoas que constroem a UJS no seu cotidiano", afirmou.

Sobre Tiago Morbach

Tiago Morbach, 23 anos, é bolsista do ProUni e estudante de jornalismo da Universidade Feevale. Filiou-se já em 2004, quando reorganizou o Grêmio da Escola Dom Pedro II, em Novo Hamburgo. Presidiu o Grêmio Estudantil Machado de Assis, do Colégio Estadual 25 de Julho e a União dos Estudantes de Novo Hamburgo (UENH). Na cidade foi também vice-presidente da direção municipal da UJS, presidente do Conselho Municipal de Juventude, membro do Diretório Acadêmico de Comunicação e presidente do Diretório Central dos Estudantes da Feevale, período em que fundou o Centro Universitário de Cultura e Arte da universidade. Atualmente, Tiago acumula a vice-presidência estadual da UJS e a diretoria de comunicação.


terça-feira, 22 de abril de 2014

Manuela: Consideramos justa toda forma de amor


Repetidas agressões a homossexuais mostram que a intolerância em relação à diversidade sexual está longe de ter fim. Conforme levantamento do Grupo Gay da Bahia, em 2013, a cada 28 horas, uma morte LGBT foi registrada no país. Mais do que aprovar uma lei que criminalize a homofobia, precisamos que a cultura do ódio dê lugar ao respeito pela escolha afetiva de cada um. Acreditamos que a educação é uma grande aliada na superação de preconceitos.

Alvo de polêmica nas discussões a respeito do Plano Nacional de Educação, a “ideologia de gênero” está sendo alvo de manipulação para colocar a população contra um PNE transformador e inclusivo. Grupos de parlamentares alegam injustamente que a reivindicação de um ambiente escolar livre de bullying e discriminações é um “ataque à família”. Apesar da polêmica, o debate se refere simplesmente ao artigo que defende “a superação das desigualdades educacionais, com ênfase na promoção da igualdade racial, regional, de gênero e de orientação sexual”. O projeto acabou por não ser votado. Um retrocesso, tendo em vista que a educação pode ser vista como fator essencial para garantir inclusão, promover igualdade de oportunidades e enfrentar a discriminação e violência, especialmente no que se refere a questões de gênero e sexualidade. As mortes de LGBTs aumentaram 14,7% nos últimos quatro anos. Não podemos fechar os olhos. A questão do preconceito parece estar enraizada na nossa cultura de tal forma, que não basta apenas tolerância. Precisamos, sim, lutar por uma legislação mais contemporânea em relação à homofobia, mas temos que ir além. A sala de aula nos parece ser um lugar privilegiado para a promoção da cultura de reconhecimento da pluralidade das identidades e dos comportamentos relativos a diferenças.

Desde que presidi a Comissão de Direito Humanos e Minorias até agora, percebo como grupos machistas e homofóbicos conseguiram, por motivos diversos, ganhar força. Trabalhando sensações reais para chegar até as pessoas (por exemplo, propagando que “é preciso aprovar a pena de morte porque as cidades estão tomadas por bandidos”), aproveitam a falta de informação de muitos, tratando com radicalismo angústias reais da nossa população, para propagar mentiras e incitar o ódio. A homofobia é resultado do modelo cultural em que se inserem os indivíduos. É o imaginário popular que estabelece os padrões de masculino e feminino, heterossexual e homossexual. Cabe à sociedade, então, reduzir essas diferenças até que elas deixem de existir. A escola pode e deve abordar essas questões.

Se o que buscamos é uma sociedade justa e igualitária, precisamos voltar atenção para a parcela da população que vive ameaçada e marginalizada simplesmente por ser como é. Não podemos ficar inertes perante um sistema que nega direitos com base unicamente na orientação sexual. Uma educação não discriminatória, que não reproduza estereótipos de gênero, raça ou etnia é nossa esperança para que as futuras gerações vivam num país de mais respeito a toda forma de amor.

*Publicado originalmente no jornal Zero Hora do dia 22-04-2014

sexta-feira, 4 de abril de 2014

Manuela: Porto Alegre quer pedalar sem medo


Em artigo para o Sul21, a deputada Manuela d'Ávila (PCdoB) fala sobre a situação da mobilidade urbana de Porto Alegre e a necessidade de investimento em ciclovias.
Confira o texto na íntegra:

No ranking da mobilidade urbana, Porto Alegre sempre fez feio. Ainda em 2010, entre nove principais capitais brasileira,  era a sétima em mobilidade urbana, com nota 3,5. O estímulo à redução do uso de carro como meio de transporte individual, promovendo melhorias no transporte coletivo e valorizando o uso de bicicletas, foram algumas das estratégias que apontamos. Quatro anos se passaram e a questão literalmente não andou. Pedalar pelas ruas de Porto Alegre é um risco que pode resultar em tragédia, como presenciamos nos dois casos de adolescentes mortas recentemente. Ambas usavam a bicicleta para se locomover.
Apesar da previsão legal estabelecida pelo Plano Diretor Cicloviário Integrado, sancionado pelo governo municipal em 2009, as iniciativas de promoção do transporte cicloviário pouco contribuíram com quem quer usar a  bicicleta como meio alternativo de locomoção. A rede existente está voltada principalmente para o lazer. A questão das ciclovias novamente veio a tona com o atropelamento de um grupo de ciclistas, na Cidade Baixa, em 2011. Após o fato, a prefeitura intensificou a construção de ciclovias e ciclofaixas, mas de forma aleatória e desconectada.
A morte das duas universitárias, apesar da localização distinta, comprova que o público universitário é usuário da bicicleta e possui capacidade de fortalecer e estimular a cultura da bicicleta na cidade. Mas, para tanto, precisam ter o mínimo de segurança para pedalar. Ciclovias em bairros populares, instalação de bicicletários em locais de grande circulação, 20% do valor das multas de trânsito revertidas para ciclovias e ciclofaixas são assuntos batidos. No mínimo, precisam ser respeitados porque são lei.
Precisamos ir além. Quando falamos especificamente  em uma linha universitária de ciclovia, estamos defendendo a priorização da construção nas avenidas que ligam os campi das principais universidades da capital. Assim, não só estimularíamos o uso da bike, um dos objetivo do Plano de Diretor Cicloviário Integrado, mas contribuiríamos com a  redução de  deslocamentos articulada com o próprio desenvolvimento e organização da cidade. Tudo isso com segurança. Até quando aqueles que optam por um transporte alternativo em Poa terão que pedalar com medo?
Manuela D´Ávila é deputada federal

segunda-feira, 24 de março de 2014

UJS Gaúcha quer mobilizar 30 mil em seu congresso


A União da Juventude Socialista do Rio Grande do Sul definiu como meta a filiação de 30 mil jovens no processo de mobilização do 17º Congresso da entidade. O objetivo foi definido durante a realização do seminário e plenária estadual, organizado entre os dias 14 e 16 de março, em Novo Hamburgo.

Cerca 80 militantes participaram do encontro que debateu a realização da Copa do Mundo no Brasil, os 30 anos da UJS, a Legalização das Drogas e a política de comunicação da entidade. O encontro serviu para preparar a militância ao Congresso.

"Fazer com que a UJS esteja a altura dos seus desafios é nossa meta", afirmou o presidente estadual da UJS, Marcos Puchalski: "somos a organização que trouxe importantes conquistas para a juventude gaúcha, como o Passe Livre intermunicipal, por isso, organizar a juventude para construir uma nova sociedade está na ordem do dia", concluiu.

segunda-feira, 17 de março de 2014

Juventude realiza beijaço contra a homofobia

Foto: Jefferson Botega / Agencia RBS

Entidades de juventude realizaram um beijaço contra a homofobia na última quinta-feira, 13, em frente à sede do Partido Progressista (PP), em Porto Alegre. O ato foi motivado pelas críticas do deputado federal Luis Carlos Heinze contra quilombolas, homossexuais e indígenas. Participaram da manifestação militantes da União da Juventude Socialista, da União Nacional dos Estudantes, União Brasileira dos Estudantes Secundaristas, coletivo Juntos e grupo A. Marighella.

Cerca de 50 pessoas estiveram presentes no ato e, de acordo com o coordenador do Coletivo LGBT da UJS de Porto Alegre, Vitor Martins, o ato segue o exemplo do beijaço realizado em Brasília contra a indicação de Jair Bolsonaro para a Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados: "a juventude mais uma vez sai às ruas para dizer 'não' a esses homofóbicos que não nos representam", afirmou.


quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

UJS convoca Seminário Preparatório ao 17º Congresso

A União da Juventude Socialista do Rio Grande do Sul promove nos dias 14, 15 e 16 de março, o Seminário Estadual de Formação para seus militantes, que será preparatório ao 17º Congresso de nossa entidade.
A atividade de formação acontecerá em um momento em que a encruzilhada histórica brasileira exige da UJS uma militância que esteja preparada para jogar papel no aprofundamento do ciclo político em curso no Brasil. A intenção do seminário é reunir a militância para debater a atual conjuntura política, reforçar as bandeiras da entidade e preparar a juventude socialista para as lutas de 2014. Os debates irão tratar de temas relacionados às reformas democráticas estruturantes, a necessidade de uma nova política de drogas, o legado da Copa do Mundo e o futebol como elemento da cultura nacional, além dos 30 anos de lutas da UJS. Também estão previstas oficinas relacionadas ao tema da comunicação. No domingo, dia 16, ocorrerá a plenária da UJS Gaúcha.
As atividades de formação da nossa entidade são momentos em que os jovens têm a oportunidade de construir coletivamente a consciência que impulsiona nossa organização às lutas em defesa do Brasil, dos direitos da juventude e do socialismo.
Local:
Buscando garantir uma estrutura diferenciada que permita um excelente debate e uma opção de divertimento, a Executiva Estadual contratou o Sitio São Luiz, em Novo Hamburgo, para a realização do Seminário estadual de formação - http://www.sitiosaoluiz.com.br/
Investimento:

O valor individual deve ser consultado com a direção executiva estadual da UJS, através do email ujsgaucha@gmail.com

Programação: 
Sexta-feira 14/03
16:30 – Conjuntura e as Reformas Democráticas
19:00 – A Copa tem que ser nossa!
 Sábado 15/03
09:00 – UJS 30 Anos: Rumo ao 17º Congresso
14:00 – Drogas: é hora de legalizar o debate
17:00 – Oficinas de Comunicação
22:00 –  FESTA
 Domingo 16/03
09:00 – Plenária da UJS Gaúcha

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Jornada de Lutas da Juventude: amar e mudar as coisas


“Se o presente é de luta o futuro nos pertence”
(Che Guevara)
Os avanços para a juventude no Brasil nos últimos anos são inegáveis, podemos ilustrar essa evolução com alguns exemplos para ampliação do acesso ao ensino superior, através das Cotas, ProUni, Fies e ReUni. Porém, ser jovem no Brasil não é fácil, apesar de todas essas consideráveis melhorias, apenas 14% da juventude brasileira consegue entrar no ensino superior. É preciso avançar!
Em 2013, ano que ficou marcado na história do país pelas mobilizações protagonizadas pela juventude, a União da Juventude Socialista participou da 1° Jornada de Lutas da Juventude Brasileira, em 17 estados, 22 cidades, junto com mais de 70 entidades juvenis engajadas. E com esse sentido de unidade que os movimentos sociais precisam se acoplar para avançar nas transformações em curso no nosso país. O ano de 2014 também reserva diversos desafios: outros “Junhos” virão e a Jornada da Juventude é o começo destas novas manifestações.
A juventude estará nas ruas para lutar pelas reformas estruturais, reformas essas profundas e necessárias para a política brasileira, que podem modificar imensamente a vida do jovem e do povo nesse país. A necessidade dessas mudanças ficou evidente nas vozes e cartazes durante as manifestações de junho: a luta pela democratização dos meios de comunicação, a necessidade de uma Reforma Política e o fim do financiamento privado de campanha e cota para mulheres e jovens no parlamento, a Desmilitarização da Polícia que carrega o DNA da época mais sombria desse país, o investimento em educação e por um transporte público de qualidade com o passe livre e a tarifa zero.
Construir uma alternativa de futuro mais farto e feliz para a juventude é preciso e se organizar e se unir em torno dessas mudanças estruturais para sociedade é necessário. Neste sentido, diversas entidades estudantis, juventudes do movimento social, dos trabalhadores e trabalhadoras do campo e da cidade, pastorais da juventude, juventudes feministas, coletivos de cultura, uniram-se por um ideal: mudar o país e conquistar mais direitos para os jovens brasileiros.
Convidamos toda a juventude para estar presente na Plenária Nacional de Articulação da Jornada de Lutas da Juventude Brasileira, que acontece no próximo domingo, 16 de fevereiro, em Brasília. Que visa debater essas questões e a elaboração de um calendário de lutas da juventude para o próximo período do ano de 2014.
Por isso convocamos todos os jovens, entidades e movimentos interessados a darem em 2014 a continuidade dessa luta. “Amar e mudar as coisas” é o lema que ecoará nos quatro cantos desse país.
Segue o link com a página da Jornada e a convocatória.

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Para cada Bolsonaro, um Tinga!


A Restinga é um dos bairros mais populosos de Porto Alegre. O censo de 2010 indicava que sua população era de 51.560 moradores. Sua formação, a partir dos anos 60, tem a ver com a urbanização da cidade – e tem a ver também com exclusão social. Para abrir avenidas e solucionar os problemas de habitações insalubres, moradores das Vilas Theodora, Marítimos, Ilhota e Santa Luzia foram removidos para um novo bairro do extremo sul porto-alegrense, a 22 quilômetros da região central.
Foi na Restinga que dona Nadir criou seus quatro filhos com o salário de faxineira. Quando pegava o ônibus de manhã cedo, pensava: “Quando será que vou parar de trabalhar?” Numa tarde de 1997, seu filho Paulo César foi encontrá-la no serviço. Tinha 19 anos, estava acompanhado de uma equipe de televisão e vinha contar de seu primeiro salário como profissional: 2,5 mil reais.
Tinga já era uma revelação do time do Grêmio, aparecendo ao grande público com um golaço contra o Sport Recife. Diante do repórter Régis Rösing, chorou ao ver a mãe limpando chão.
- Já prometi pra ela que isso aí vai mudar, e vai mesmo, disse, deixando bem claro: “trabalhar não é vergonha pra ninguém”.
A vida da família mudou rapidamente, porque Tinga logo se tornaria um jogador importante para o Grêmio, ao ponto de sua torcida reproduzir, na arquibancada do Olímpico, o grito de guerra da Estado Maior da Restinga, uma das mais populares escolas de samba de Porto Alegre:
- Tinga, teu povo te ama!
Tinga mudou a condição de vida da família rapidamente, mas há outras coisas que demoram a mudar. Num jogo de 2001, Ronaldinho fez um gol pelo Grêmio e correu para abraçar Tinga no banco de reservas: “Esse gol é pra nós, que somos da vila”, disse, num episódio não registrado mas muito conhecido em Porto Alegre. Ser da vila e, principalmente, ter a pele bem escura, ainda representam um problema.
Carregando no nome o bairro onde nasceu e seu criou, Tinga é respeitado em todos os clubes por onde passou e é ídolo de vários deles. No Internacional, afirmar que foi bicampeão da Libertadores e autor do gol do título em 2006 é, na verdade, diminuir sua importância histórica na reconstrução do clube. Jogador de fibra, presente em todos os cantos do campo, pegador e goleador, Tinga foi um dos jogadores mais importantes do Inter no período entre 2005 e 2006. No Borussia, da Alemanha, a reverência e o respeito com que dirigentes, torcedores e companheiros se despediram em 2010 é a melhor prova da trajetória que construiu.
Tinga sempre foi um jogador sério, dentro e fora de campo. Um treinador do Internacional disse certa vez que Tinga puxava os companheiros pelo exemplo, dedicando-se nos treinos e nas partidas como se estivesse em início de carreira. No Cruzeiro, o técnico Marcelo de Oliveira afirmou que o jogador era referência para os mais jovens do grupo. Foi assim em todos os clubes.
Nada disso, porém, foi suficiente para mudar o preconceito, que nos estádios de futebol emerge na vazão dos sentimentos levianos que expomos quando em multidão. Tinga, que em 2005 já havia ouvido imitações de macaco quando pegava na bola no estádio Alfredo Jaconi, teve de ouvir a ofensa mais uma vez na noite desta quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014, no Estadio de Huancayo, no Peru.
Ao final do jogo entre Cruzeiro e Real Garcilaso, uma equipe de TV pediu que Tinga comentasse o episódio. Ele tomou ar, respirou o ar da Restinga, o cheiro do colo da mãe Nadir, os golaços que fez, os títulos que conquistou, o respeito que adquiriu no futebol, todas as entrevistas ponderadas e inteligentes que deu ao longo da carreira, e disse com a serenidade e a altivez dos grandes:
- Se pudesse não ganhar nada e ganhar esse título contra o preconceito, eu trocaria todos meus títulos por igualdade em todos os lugares, todas as áreas, todas as classes.
Não precisa nos dar mais nada em troca, Tinga. Teu exemplo é o suficiente.
Por Daniel Cassol do site impedimento.org

Manuela: Não é pelos dez centavos


As manifestações que ocorreram em junho passado e tiveram como uma das marcas a bandeira “Não é por 20 centavos” expressaram mais do que o anseio pelo barateamento do custo das passagens. Reivindicavam, sobretudo, um outro modelo de cidades, mais humanas, com qualidade no transporte público. A população usuária do sistema está cansada das filas nas paradas, do sufoco dentro dos ônibus e sente o agravamento da situação na última década. A prefeitura demonstra, no debate sobre a licitação, uma visão ultrapassada e elitista, insistindo na teoria de que a retirada do ar condicionado dos ônibus e, consequentemente, o barateamento de “10 centavos” da tarifa, é a grande conquista a ser alcançada pelos porto-alegrenses. Nossa meta deve ser outra! O debate sobre o transporte público expressa um conceito de cidade.
O transporte público de Porto Alegre está perdendo qualidade e usuários. Segundo o Relatório da Inspeção Especial do TCE, desde o ano de 1998, a média mensal de passageiros transportados reduziu em 19,63%. Com a falta de planejamento e iniciativa da prefeitura, os porto-alegrenses estão resolvendo de forma individual o problema da mobilidade urbana. A consequência disto é a redução de usuários e ruas abarrotadas de carros e motos. Precisamos de mais ônibus circulando nos principais horários, cumprimento da tabela de horários e ampliar e inovar nos itinerários. O ar condicionado na frota é um item que precisamos manter e ampliar para dar dignidade ao sistema e disputar novos usuários. A prefeitura, através da Empresa Pública de Transporte e Circulação, precisa garantir e fiscalizar de verdade a qualidade do transporte público.
O financiamento do sistema é outro ponto fundamental e precisa ser debatido com responsabilidade e conectado com os anseios da população. A desoneração fiscal, modelo de subsídio financeiro e outras iniciativas precisam ser discutidas a partir da regularização do sistema e criação de mecanismos de controle social. Ao contrário do que muitos pregam, é possível que Porto Alegre tenha um transporte com qualidade e tarifa justa. É um grave erro tentar justificar o alto preço da tarifa e o baixo nível da qualidade do transporte através do debate sobre o ar condicionado. O Tribunal de Contas do Estado já vem sinalizando nesta direção, mas a prefeitura insiste em estar na contramão.
Para construir uma Porto Alegre moderna e mais humana, é preciso que a cidade seja boa para quem vive nela. Um novo conceito de mobilidade com o ser humano no centro, ônibus de qualidade, metrô, BRTs e ciclovias integrados fazem parte disso. Pensar em soluções para a vida de milhares, para os que já utilizam o sistema público e para os que podem vir a utilizá-lo, se o serviço for bom, deve ser o centro da preocupação da administração municipal. Não é apenas pelos 10 centavos. É por uma nova cultura de mobilidade urbana e por uma Porto Alegre mais humana.
Manuela d’Ávila é deputada federal (PCdoB-RS) e presidente estadual do PCdoB-RS

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

UJS convoca seminário e plenária estadual


Em reunião realizada no último sábado, 8, a direção estadual da União da Juventude Socialista (UJS) do Rio Grande do Sul, debateu os desafios para 2014, a conjuntura política do país e convocou o seminário preparatório ao 17º Congresso da entidade.

Segundo o presidente da UJS Gaúcha, Marcos Puchalski, o seminário que acontecerá nos dias 14, 15 e 16 de março, em Novo Hamburgo, em meio às mobilizações para o congresso, servirá para afinar o debate e iniciar a elaboração das resoluções. Entre os temas debatidos, estarão a conjuntura e as reformas democráticas, a Copa do Mundo e a legalização das drogas. Além disso, ainda haverá uma oficina de comunicação e uma mesa sobre os 30 anos da UJS.

"Completaremos 30 anos de história e o nosso desafio é construir um congresso que mobilize meio milhão de jovens no Brasil inteiro", ressaltou Marcos.

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Estatuto da Juventude começa a valer em meio à participação do jovem na política



Projeto relatado na Câmara dos Deputados por Manuela d'Ávila entra em vigor
No último sábado (1º), entrou em vigor a Lei n° 12.852/2013, que institui o Estatuto da Juventude, dispondo sobre os direitos dos jovens, os princípios e diretrizes das políticas públicas de juventude e o Sistema Nacional de Juventude (Sinajuve). Regida, entre outros pontos, pelo princípio da valorização e promoção da participação social e política, a norma foi sancionada em agosto de 2013, em meio às manifestações que levaram milhões de pessoas às ruas do país. Agora, o Estatuto começa a vigorar em ano de eleições gerais, quando outros cerca de 23 milhões de jovens (de 16 a 24 anos) poderão eleger seus próximos representantes, segundo dados de dezembro de 2013.
Dados do estudo “Agenda Juventude Brasil: Pesquisa Nacional sobre Perfil e Opinião dos Jovens Brasileiros 2013”, publicada pela Secretaria Nacional de Juventude (SNJ) da Presidência da República, revelam que 83% dos jovens entrevistados consideram a política “muito ou mais ou menos importante”. O levantamento foi realizado com 3,3 mil jovens de 15 a 29 anos de 187 municípios das 27 unidades da Federação do país.
Ainda segundo a pesquisa da SNJ, “essa importância dada à política se explicita no exercício do mecanismo básico de participação no sistema democrático, o voto, que tem forte adesão entre os jovens. É alta a porcentagem de jovens que tira o título de eleitor, mesmo nas faixas etárias em que essa adesão é facultativa [16 e 17 anos]. Isso demonstra um grau elevado de reconhecimento desse ritual de exercício da democracia, uma vez que 2/3 dos jovens tiraram (55%) ou pretendem tirar (10%) o título antes dos 18 anos de idade”.
A secretária Nacional da Juventude, Severine Macedo, analisou a participação do jovem no processo político. “A juventude sempre fez parte desses processos de transformação democrática no Brasil. Esse é um dado extremamente importante, especialmente num momento em que o sistema político é muito questionado. Tirar o título e votar pela primeira vez antes de ser obrigatório é o sinal mais claro de que esses jovens não deixaram de apostar na política como um passo importante. Mas o sistema político precisa ser atualizado para que o peso do voto do jovem seja não só em período de eleição, mas que conte também no dia a dia, na incidência real para a transformação do país”, destaca a secretária.
Ao longo dos anos são muitos os exemplos de atuação da juventude na defesa dos interesses de toda a população, merecendo destaque o movimento “Diretas Já”, ocorrido em 1983 e 1984. Especificamente no que se refere ao direito de o jovem votar, a Constituição Federal de 1988, em seu art. 14, passou a prever a possibilidade de o adolescente de 16 e 17 anos exercer esse direito.
Seis anos depois, uma estudante, à época com 15 anos, conseguiu junto ao TSE que adolescentes da sua idade pudessem obter seu primeiro título eleitoral, desde que na o pedido fosse feito em ano eleitoral e que na data do pleito eles já tivessem completado 16 anos. Como pretendia votar na segunda eleição presidencial pós-ditadura militar, em 1994, Renata Cristina Rabelo Gomes solicitou a emissão de seu primeiro título a um cartório eleitoral em Vitória (ES), que negou o pedido, já que a moça ainda não havia completado a idade mínima para exercer o voto. Mas ao analisar carta enviada pela garota, o Plenário do TSE, por unanimidade, decidiu adotar a interpretação de que a idade de 16 anos completos deve ser exigida no momento do voto, e não do alistamento eleitoral.
O histórico da aprovação
Julho de 2010 - O termo jovem ganha lugar na Constituição Federal. Emenda à Constituição (PEC) incluiu a juventude no capítulo que trata da “Família, da Criança, do Adolescente, do Jovem e do Idoso”.
Outubro de 2011 – Estatuto aprovado na Câmara dos Deputados.
Fevereiro de 2012: Estatuto aprovado no Senado pela Comissão de Constituição e Justiça.
Dezembro de 2012 – Durante a 2ª Conferência Nacional de Juventude, cerca de 300 estudantes de todo o Brasil, mobilizados no acampamento #OcupeBrasília pressionaram o congresso pela aprovação rápida do Estatuto da Juventude, do PNE, com a aprovação de uma meta de investimento público da educação em 10% do Produto Interno Bruto (PIB).
Abril de 2013 – Aprovado no Senado pela Comissão de Assuntos Sociais e finalmente pelo plenário.
Agosto de 2013 – Aprovado pela Câmara dos Deputados, onde já havia sido aprovado em 2011. entrou em vigor a Lei n° 12.852/2013, que institui o Estatuto da Juventude.
Estatuto da Juventude
A aprovação do Estatuto da Juventude significa o reconhecimento dos jovens por parte do Estado como estratégia para o desenvolvimento do Brasil. Significa tornar as políticas para o setor uma obrigação do Estado, independente da vontade de governos. Significa combater a construção social e histórica de estigmas que recaem sobre a juventude, visibilizando-a como sujeito de direitos.
O Estatuto da Juventude é um imenso legado. Além dos benefícios diretos –como a meia-passagem e a meia-entrada, que agora contemplam jovens de baixa renda, além dos estudantes– é preciso observá-lo de maneira ampla para compreender todo seu valor como marco legal e histórico.
Entre os direitos agora assegurados está o da participação política, com a definição de órgãos e conselhos juvenis como canais de promoção da política de juventude em todos os entes da Federação.
O estatuto é a declaração do Estado de que o jovem brasileiro necessita de atendimento de acordo com sua especificidade. O documento inova ao exigir a oferta de condições especiais de jornada de trabalho por meio de “compatibilização entre os horários de trabalho e de estudo” e a educação em todos os níveis para os jovens do campo, um dos grupos juvenis mais invisibilizados da política pública, entre outros avanços legais.
Fonte: UNE

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terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Vitor Martins: Um beijo para a homofobia

           Nos próximos dias, em horário nobre, poderemos ter o primeiro beijo gay no roteiro da novela  Amor à Vida da Rede Globo, a maior emissora televisiva do país. A possibilidade do ato acontecer ganhou bastante apoio recentemente pelos telespectadores que massificaram os pedidos nas redes sociais para que Félix (Matheus Solano) e Niko (Thiago Fragoso) beijem-se logo e o diretor recebeu carta branca da emissora para colocar o beijo na trama.

          De fato, os meios de comunicação e entretenimento são  instrumentos para a construção de valores éticos e morais e podem influenciar  como também propor debates contemporâneos para a sociedade, como o caso em questão. A interferência desses meios no cotidiano das pessoas é muito intensa. Certamente todos já devemos ter passado por algum momento em algum lugar de  convívio social, seja ele escola, trabalho, etc. em que comentamos algo que vimos na televisão no dia anterior. Isso acontece porque tanto a televisão, como o rádio, o computador, são indispensáveis para o acesso à informação, a ponto de concebermo-los como utensílios domésticos. Assim, uma diversidade – mas nem tanta, visto que é existente no Brasil um monopólio midiático que oprime sim a liberdade de imprensa - de notícias chega a todas as regiões do país diariamente, e mais importante ainda, dentro de casa. Se pensarmos em algo que abranja, no sentido de dar cobertura, uma sociedade por completo, provavelmente não iremos encontrar nada tão eficaz quanto são esses meios.  Embora a trama da novela desenvolva um personagem gay que para ganhar a aceitação do público teve de tornar-se engraçado e ter seus bordões, que são meras representações dos estereótipos que criamos em relação @s LGBT, o possível beijo gay em Amor à Vida é uma forma de combate a homofobia e faz parte da luta do nosso movimento. Acreditamos que o beijo gay em horário nobre nas redes televisivas é um forte instrumento para a naturalização, pois só tornamos alguma ação natural quando a vimos e percebemos suas reproduções constantemente, e integração d@s LGBT na sociedade - porque extrapola as margens de qualquer pessoa somente identificar-se como gay, expondo assim suas maneiras de agir e seu comportamento. Esse fato por si só já representa um grande avanço para o entendimento da diversidade sexual, pois coloca em debate e à prova o estranhamento – porta de entrada para o preconceito, que a sociedade brasileira ainda possui em relação aos relacionamentos homossexuais. E para além disso, embora a luta contra a homofobia seja muito forte, temos a consciência de que nada atinge tão profundamente os valores e a formação de opiniões das famílias brasileiras quanto as emissoras de televisão.

               Lutar pelo beijo gay em horário nobre é lutar por todas as formas de amar e para que todas essas sejam respeitadas e que não sejam elementos para julgamento de valor de qualquer ser, seja qual for sua orientação sexual. Talvez  essa estória tenha um final feliz e com uma riquíssima lição de moral ao nosso povo.

  #BeijaLogo    #BeijoGayEmHorárioNobreSim     #AgregaValoraTVBrasileira


 *Vitor Martins é estudante de ciências sociais da UFRGS e coordenador do coletivo LGBT da UJS de Porto Alegre