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quarta-feira, 11 de junho de 2014

Luiza Bezerra: Orgulho de ser brasileira

Faltam algumas horas pra abertura da Copa do Mundo. Um dos maiores eventos mundiais. E, dessa vez, ele será na nossa casa! No Brasil: o país do futebol. A ansiedade começa a bater. A expectativa é grande. Mas, ao menos pra mim, não foi sempre desse jeito. Apesar de jogar futebol desde pequena e ser apaixonada por este esporte, o Brasil não me empolgava tanto quanto o meu time, o Inter. E isso aqui pelo sul é bem comum. Temos essa cultura separatista, e alguns continuam achando que são superiores ao resto do Brasil. Não sabem de nada, inocentes!

Minha paixão pelo Brasil e sua diversidade infinita foi à primeira vista. Na minha primeira Bienal da UNE, em 2009, na cidade de Salvador. Havia conhecido a UJS em 2008 e o pessoal me convidou a participar de um evento estudantil e cultural, que aconteceria em janeiro. Adorei de cara. Não conhecia muita coisa fora da República Rio-Grandense. Fomos de ônibus. A viagem demorou 3 dias e meio. Mas chegando lá achei tudo incrível e todas as dificuldades de infra-estrutura eram superadas pelo meu encantamento: gente de todo canto, um sotaque mais esquisito que o outro e muita cultura. Além disso, a UJS (Da Unidade Vai Nascer a Novidade) falava de questões nacionais: os desafios da ampliação do acesso à universidade e a necessidade de termos mais investimento em educação. Já em 2009, lembro da bandeira dos 10% do PIB pra educação.

Conhecer toda aquela gente, tão diferente, mas que compartilhava de dificuldades tão semelhantes, me fez me apaixonar pelo meu país. Saí do meu pequeno mundo da UFRGS e passei a pensar em como solucionar os problemas do Brasil. A ver as coisas de uma forma mais otimista, a forma que a UJS acabava de mostrar: com alegria, irreverência, mas com muita garra e propostas concretas. Sempre desconfiei do povo “do contra”, daqueles que acham que nada presta no Brasil. Ao conhecer a UJS posso dizer que de fato comecei a conhecer o Brasil. Me tornei mais brasileira.

Poderiam questionar: “mas como ter orgulho de um país com tantos problemas? Como aceitar a realização da Copa se temos tantas outras questões a resolver?”. E respondo: como não ter orgulho dessa gente batalhadora, guerreira, que ao mesmo tempo é criativa e acolhedora?! Um país, que além de lindo, é abundante em matérias-primas e recursos energéticos. Que tem tudo pra dar certo, e ele vai dar certo. A Copa não criou os problemas que aí estão apenas os evidenciou. Remoções, violência policial, transporte público de má qualidade, entre outras coisas eram e continuam sendo desafios a serem superados. Por outro lado, é preciso enxergar a grande oportunidade que teremos com o mundial! Além do fator financeiro e do dinheiro injetado pelos turistas, há a divulgação cultural do país que não temos como calcular. Sem falar nas obras de infraestrutura que ficarão para a população depois do evento: aeroportos modernos, estádios confortáveis, obras de mobilidade urbana. E lembra dos 10% do PIB pra educação que debati pela primeira vez em 2009? Ele foi incluído esse ano, um pouco antes da Copa, no Plano Nacional de Educação. Um golaço dos brasileiros e brasileiras!

Por isso, discurso pessimista nenhum vai tirar a alegria de torcer pelo meu país! Dentro e fora de campo continuaremos fazendo bonito. Sigamos marcando gols: rumo ao hexa e a um Brasil de todos e todas.

*Luiza Bezerra é integrante do coletivo de jovens trabalhadores da UJS/RS e membro da direção estadual da entidade.

segunda-feira, 9 de junho de 2014

Vamos com tudo, Brasil!


Agora não restam dúvidas: vai ter Copa! E como nós, a turma dos otimistas, já dizíamos, o Brasil está pronto para receber o evento mais importante do futebol mundial. Milhões de olhares ficarão nervosos a cada vez que a bola entrar dentro da nossa pequena área, milhões de vozes gritarão a cada gol que a Seleção fizer, a cada passo mais perto que ficarmos de ser Hexa. Não é simplesmente por podermos ganhar dentro de campo, mas porque estamos vencendo fora deles também e vamos mostrar ao mundo o Padrão Brasil que nos faz cantar e gritar. 

Dentro de campo a Seleção vem comprovando que está motivada. Felipão é o cara que faz o Brasil se ver no espelho: todos nós, brasileiros que somos também um pouco técnicos, que sabemos exatamente quais jogadores devem jogar, qual tática deve ser abordada e temos palpite de quem são nossos maiores adversários, sabemos que Luís Felipe Scolari é quem nos representa dentro desta Copa. Juntando a isso, aquela molecada que tem a bola no pé, nos dá a confiança do grito de campeão. 

Mas fora de campo a festa também vai acontecer, e quem vai protagonizar não são aqueles que pensam que está tudo errado no Brasil e procuram qualquer oportunidade pra fugir pra Miami. Quem vai fazer a festa são aqueles que se preocuparam quando nos disseram que os estádios não estariam prontos. Que ouviram a previsão pessimista de que nossos aeroportos não dariam conta. Que, em determinado momento, concordaram que a Copa era um gasto desnecessário, mas perceberam o retorno que já está entrando no país através de geração de empregos, dos turistas e das obras de infraestrutura. 

Enfim, a festa vai ser grande e quem estará na rua comemorando, serão os meninos da periferia que sonham em ser jogadores de futebol, as mulheres que foram empoderadas, a juventude que está estudando através do ProUni, da reserva de vagas e dos financiamentos, os negros que pela primeira vez têm a oportunidade de entrar na universidade. Vai ter Copa, vai ter muita festa e o time que sempre torceu a favor do Brasil vai invadir as ruas cantando por uma país melhor, que já estamos construindo. 

Por Tiago Morbach, presidente da UJS/RS

segunda-feira, 2 de junho de 2014

Manuela: Vida longa ao ProUni


Caminhar pelas ruas logo após a divulgação dos resultados do vestibular sempre mexeu comigo. Ver aquelas faixas orgulhosas de parabéns aos aprovados é a marca do início de uma série de mudanças na vida do estudante e de suas famílias. Graças ao Prouni, que completa dez anos em 2014, milhares de jovens em todo país que não teriam condições de frequentar uma faculdade estão lá, estudando e ajudando a construir as transformações sociais de que tanto precisamos. A educação brasileira tem enfrentado muitos desafios e já consolidamos mudanças decisivas no acesso à educação superior, embora ainda tenhamos muito que avançar.
Nesses dez anos, muitas coisas mudaram. A universidade não é mais um espaço de poucos privilegiados e o próprio vestibular está dando lugar às provas do Enem. Alcançamos significativos avanços. Desde que o Prouni foi implementado, 396.050 mil bolsistas se formaram no ensino superior. Nesse mesmo período, o acesso à universidade chegou para 1,27 milhão de estudantes em todo o Brasil, segundo dados do governo federal. Os países mais avançados, não por acaso, são os que mantêm mais tempo os seus jovens na escola e nas universidades. Fazer isso no Brasil significa não só manter o estudante dentro do espaço físico das escolas, mas, também, construir um conjunto de incentivos e facilitadores para que o estudante conclua todo o ciclo de estudos. Este continua sendo um dos nossos grandes desafios.
Implementar a assistência estudantil com o intuito de combater a evasão deve ser uma das principais metas. Mesmo para os que possuem bolsas integrais, essa ajuda pode ser determinante para conclusão dos estudos. Os dez anos do Prouni devem ser comemorados, mas é preciso incluir outras necessidades dos estudantes. O aluno pode ter bolsa para estudar Medicina, mas como pagar uma extensa lista de livros que custam R$ 200, R$ 300 cada? Um bom projeto que apoiamos e que auxilia neste sentido é uma proposição do deputado Gustavo Petta (PCdoB-SP) que estende a bolsa permanência a todos os estudantes com bolsa integral do Prouni. O estudante que tem bolsa integral e frequenta turno parcial também terá direito ao benefício para o auxílio com despesas de transporte, de material acadêmico e de alimentação.
As transformações acontecem pela educação. Temos que apostar na escola boa, estruturada, antenada e atraente aos jovens. O caminho para termos uma escola de ensino médio mais próxima do estudante, do mundo e do mundo do trabalho é longo. Mas são grandes os passos dados até aqui. Tenho orgulho de ter defendido o Prouni quando fui da UNE e ter visto, como deputada, esse projeto transformando vidas.

Por Manuela d'Ávila